quarta-feira, 29 de maio de 2013

A grande época que nunca chegou a acontecer - parte III

Começava o ciclo decisivo do campeonato. Porto e Benfica tinham calendários de grau de dificuldade semelhantes. Porto tinha dois jogos fáceis contra o Setúbal e Moreirense, uma saída algo complicada contra o Nacional da Madeira, o jogo com o Benfica no Dragão e por fim Paços de Ferreira. Benfica começava em casa com o Sporting, ganhou 2-0 num jogo que não estava a correr muito bem e que fomos algo ajudados pela arbitragem, acredito que o Benfica ganhasse na mesma o jogo mas a verdade é que o Sporting tem razões de queixa.
Ao contrário do Porto o Benfica ainda estava nas competições europeias e tinha os dois jogos das meias com uma saída difícil contra o Marítimo pelo meio. Perdemos 1-0 na Turquia, num jogo em que podíamos ter perdido por mais, o jogo veio confirmar alguma quebra física na equipa. Maxi, Melgarejo, Salvio, Enzo e Matic, basicamente os jogadores que não tinham suplente,  não estavam no seu auge e o Benfica sentia isso. Os adeptos continuavam a acreditar, afinal não faltavam assim tantos jogos.  Fomos à Madeira ganhar 2-1 em mais um jogo que a exibição não convenceu. No fim os jogadores fizeram a festa e foi assim que começamos a perder o campeonato. Apesar de ser uma vitória importante e de todos os jornais a classificarem como vitória de campeão os jogadores não podiam fazer uma festa tão grande. Mas não se ficou por aí.
O jogo do Marítimo foi na Segunda, tínhamos uma eliminatória para dar a volta na Quinta mas na Terça tivemos um dos dias mais ridículos da época. A conferência de imprensa de João Gabriel é de deixar qualquer Benfiquista com os cabelos em pé, quer dizer qualquer benfiquista não, qualquer benfiquista que goste a sério do Benfica, aqueles que por criticarem são chamados de abutres. Na Quinta correu bem, Benfica ultrapassou o Fenerbahçe e chegou à final da Liga Europa. Na estrutura do Benfica era só euforia, Vieira que tinha passado o ano calado (e bem) fez o favor de vir falar que Jorge Jesus era o seu treinador e que o acordo estava "quase" alcançado, ou seja temos um presidente que anuncia o quase quando a época ainda não acabou, falou ainda da Champions no Estádio da Luz e da vontade de formar uma equipa para lá chegar,lembro que o Benfica ainda não tinha ganho nada!
Daqui até ao descalabro final foram 3 semanas. O Benfica empata com o Estoril em casa, num jogo em que o animal do Carlos Martins é expulso por ser burro que nem uma porta e onde o resto da equipa esteve muito abaixo do nível que teve durante a época. Vamos jogar ao Dragão com 1 ponto de vantagem. Benfica entra no jogo a defender, sem merecer faz o 1-0 e ainda defende mais, logo a seguir o golo do empate. Jorge Jesus tenta defender o resultado metendo Roderick no jogo no lugar de Gaitán, quando todos percebíamos que era altura de entrar Pablo Aimar. O jogo caminhava para ao fim mas ao minuto 92 Kelvin faz o 2-1 e deixa Jorge Jesus e todos os Benfiquistas de joelhos, faltavam 3 jornadas, tínhamos 4 pontos de vantagem. Falta uma jornada e estamos com um ponto a menos que o nosso rival.
Ninguem queria acreditar no que estava a acontecer, contudo mesmo não concordando com as opções do treinador os adeptos apoiavam a equipa, afinal a meio da semana havia uma final da Liga Europa que era para ganhar, apesar do adversário ser o Chelsea.
Em Amesterdão uma festa lindíssima, um estádio com 2/3 de vermelho, o Benfica entra a mandar no jogo, o Chelsea não respira mas o Benfica falha na finalização. Vamos para o intervalo com o marcador a zeros quando podíamos ter resolvido o encontro. O Chelsea faz o 1-0 e Jorge Jesus reage com substituições. Tira Rodrigo e Melgarejo entrando Lima e Ola John, recuando Gaitán para a lateral esquerda. O Benfica empata pouco depois, grande penalidade e o grande Tacuara não treme, era o 1-1. O jogo parecia encaminhar-se para o fim, Garay sai lesionado e para o seu lugar entra Jardel. O Chelsea estava por cima do jogo mas já toda a gente pensava no prolongamento. Jardel cede estupidamente um canto, desse mesmo canto surge o golo de Ivanovic, que não foi marcado pelo mesmo Jardel. Era o minuto 92 e o céu voltava a cair sobre nós. Os adeptos saudavam a equipa, tinhamos jogado à Benfica! O resto foi futebol, por vezes ganhas por vezes perdes.
O Campeonato apesar de estar a uma jornada do fim estava decidido, o Porto nunca perderia o jogo contra o Paços de Ferreira.

Não chores Enzo, foste um dos maiores!

Restava a última final, no Jamor contra o Vitória de Guimarães. O ambiente era o do costume, grande festa no estádio! Os adeptos do Benfica não falham. O jogo foi tão vergonhoso que nem me apetece falar dele. Era uma hipótese para se redimirem, em vez disso entraram sem atitude, marcaram um golo de sorte e começaram a defender o resultado. Defender o resultado? Contra o Vitória? Com muito respeito pelo Vitória o Benfica é mais que isso! Em dois minutos o resultado da a volta! Era a terceira final perdida pelo Benfica! O Benfica ainda perdeu mais, perdeu por não ter ficado à espera da entrega da taça! Temos sempre de honrar o adversário!

Aqui está o resumo da grande época que nunca chegou a acontecer!

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